Agrobalsas 2025: O plantio direto como solução para a crise climática

Por Marcius Alves, Site Planeta Campo

Agrobalsas 2025: O plantio direto como solução para a crise climática
Foto: Divulgação

De 12 a 16 de maio, a cidade de Balsas, no Maranhão, será palco de um dos eventos mais esperados do calendário do agronegócio brasileiro: o Agrobalsas 2025. O encontro vai reunir produtores rurais, pesquisadores, especialistas e empreendedores de todo o país para debater temas que colocam o agro como protagonista da sustentabilidade.

Com uma programação repleta de palestras, workshops, cursos, exposições e atividades educativas, o evento se destacará principalmente pelo debate sobre como o agro pode ser um aliado na mitigação das mudanças climáticas.

Um dos temas centrais será o sistema de plantio direto, que vem se consolidando como uma das principais soluções para os desafios ambientais enfrentados pela agricultura.

Quem abordará esse tema com profundidade durante o Agrobalsas 2025 é o renomado cientista João Carlos Sá, um dos maiores especialistas brasileiros no estudo do carbono no solo. Sá, que conduziu uma pesquisa pioneira sobre o impacto do plantio direto na captura de carbono, trará ao evento os resultados mais recentes de seus estudos.

Em entrevista ao Planeta Campo, o cientista explicou que o sistema de plantio direto tem o potencial de recuperar o carbono perdido devido à transformação da mata nativa em áreas agrícolas.

Segundo ele, “o sistema plantio direto, fundamentado nos seus princípios – como a não revolução do solo, a cobertura permanente e a diversificação nas rotações de cultivo – tem a capacidade de recuperar o carbono, alcançando níveis semelhantes aos da mata nativa”.

O estudo de Sá, que vem sendo desenvolvido nos últimos quatro anos, demonstra que o plantio direto pode capturar e estocar carbono em larga escala, contribuindo para a mitigação da crise climática.

Contudo, o especialista alertou para a necessidade de uma adoção mais ampla e rigorosa dos princípios do plantio direto. Apesar do grande potencial da técnica, ele destacou que a maioria dos produtores ainda não a adota de maneira correta.