O que é que o Oeste da Bahia tem? Um cenário perfeito para o 19º ENPDP!

Da Redação FEBRAPDP

O que é que o Oeste da Bahia tem? Um cenário perfeito para o 19º ENPDP!
Foto: Divulgação AIBA

A região do oeste de Bahia já se prepara para receber o 19º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha, que acontece de 9 a 11 de julho de 2024, no município de Luís Eduardo Magalhães. Mais do que simplesmente receber o público proveniente de todos os estados brasileiros e até de outros países, a região também tem muito a mostrar e a ensinar. Os holofotes estarão nos excelentes resultados produtivos que vêm sendo obtidos nas lavouras locais. Uma performance que está intimamente ligada à relação com o emprego do Sistema Plantio Direto e do leque de tecnologias conservacionistas associadas, produzindo um pacote capaz de traduzir em números e situações uma eficiência agronômica que tem sido garantidora da relevância desta fronteira agrícola. Performance essa, aliás, também manifestada na potente fronteira agrícola do Matopiba (região que abrange, além da Bahia, áreas dos estados de Maranhão, Tocantins e Piauí).

Em entrevista exclusiva, o produtor rural Luiz Antônio Pradella, vice-presidente da Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto – FEBRAPDP-BA e membro da Comissão Organizadora do evento, fala sobre como, na prática, o SPD tem feito a diferença nas lavouras locais, preservando em altos níveis a capacidade produtiva mesmo em tempos de dificuldades climáticas.

O 19º ENPDP receberá um público de 800 pessoas. O número de vagas é limitado e o evento sempre lota. Garanta já a sua participação, clicando aqui para fazer sua inscrição com desconto.

Redação: Temos visto em todo o país desafios climáticos interferindo diretamente no desempenho produtivo das lavouras, de uma forma, inclusive, mais intensa do que conhecíamos. Como isso tem sido vivenciado na região oeste da Bahia? E qual a relação dessa performance com os anos contínuos em Sistema Plantio Direto?

Pradella: Falar de Sistema Plantio Direto nesta safra, neste ano, neste ciclo de produção das culturas de verão é como soar uma música. Principalmente, no que diz respeito às culturas de soja, milho, algodão aqui no oeste da Bahia e no Matopiba. Com toda a dificuldade climática que estamos enfrentando na implantação das lavouras nessa safra, podemos notar o grande diferencial permitido pelos resultados obtidos através das coberturas, das palhadas e dos enraizamentos de solo. Isso permite uma maior proteção e menor temperatura do solo para depositar as sementes. Essa safra tem nos evidenciado uma diferença gigantesca entre um sistema de plantio convencional ou até mesmo num sistema com pouca rotação de cultura, pouca cobertura em relação às áreas que estão sendo manejadas no Sistema Plantio Direto no tripé: rotação de cultura, cobertura o ano todo e semeadura direta. Temos, por exemplo, conseguido implantar as culturas nessas áreas com o uso de muito pouca água em comparação ao que se tinha conhecimento até então. As lavouras vêm sendo implantadas e germinando com chuvas de 15 a 20 mm apenas e requerendo também pouca água para sua manutenção por 30, 40, às vezes 60 dias, até vir a chuva, que chegou aqui com uma frequência boa a partir do dia 1º de janeiro em diante, recarregando os solos.

Redação: Essa condição revela a estruturação da lavoura em bases que oferecem maior capacidade de resposta às oscilações do clima, certo?

Pradella: Tal contexto denota o quão importante é o SPD para a região, mas também o quanto a região é importante para o desenvolvimento do próprio SPD. Especialmente no que diz respeito aos veranicos que acontecem em qualquer região do País, mas no Matopiba são bastante comuns, principalmente em anos de La Niña, quando temos veranico em janeiro, em anos de El Niño quando, historicamente, em janeiro chove um pouco mais. Nessas oportunidades fica evidente a grande importância dessa técnica aqui para a região. Trata-se de um divisor da história e da produtividade da região para as culturas e para o desenvolvimento. Agronomicamente falando, também é importante para a questão da resiliência das plantas em relação a doenças, até mesmo para pragas de solo, como é o caso do nematoide em contextos de rotação de culturas, cobertura o ano inteiro, é outro ambiente, é outro solo para essas raízes conseguirem se aprofundar no solo e buscar mais água quando dos veranicos ou até mesmo das secas, como foi essa que foi bem mais prolongada.

Redação: Como a região atua no aperfeiçoamento do SPD?

Pradella: Como mencionei, a cada ano a região vai aumentando as áreas do sistema, as rotações de cultura e principalmente as braquiárias, de maneira geral têm dado a sua grande contribuição para o sistema, o que há 20, 30 anos atrás era considerado uma planta daninha na lavoura, hoje é a grande aliada da produção, da produtividade, do produtor, do sistema. Então, nesse sentido vai se evoluindo. E outras técnicas que vão se desenvolvendo por aqui também, como o consórcio – já mais antigo – na cultura do milho com braquiária, agora também algumas iniciativas de consórcio de braquiárias brizanthas na cultura da soja, isso é uma técnica em desenvolvimento e que, dando certo, vai também, é uma técnica que vai agregar muito para a resiliência, novamente, dos solos, das plantas, para melhorar a produtividade e, principalmente, melhorar as médias de produtividade entre anos bons e anos menos bons.

Redação: O 19º ENPDP acontecerá no Centro de Treinamento da Associação Baiana dos Produtores de Algodão – ABAPA, mesmo lugar onde acontece o Bahia Farm Show, como está a preparação?

Pradella: A comissão organizadora trabalhando arduamente para poder receber a todos da melhor forma. Tem uma grade de palestras e, também, dia de campo no evento. Tudo o que está sendo preparado para estar recebendo as 800 pessoas que são esperadas.  Eu acredito que para a região, incluindo também o Matopiba, vai ser algo muito importante, haja visto que o evento está aqui no centro dessa região importante e produtora do país. Então, facilita a participação dos produtores, técnicos, consultores, estudantes regionais, mas também para quem vem de fora. Todos vão poder conhecer melhor e mais profundamente a agricultura que está sendo praticada por aqui. Vão ter acesso in loco a experiências técnicas para a produção em locais de solos bastante arenosos com a precipitação definida de período de chuva, porém com seus problemas climáticos como qualquer outra região, com veranicos ou até mesmo com excesso de chuva em algum momento, o que é normal. Nossa região se prepara para apresentar isso ao público. Todos os parceiros estão trabalhando junto à FEBRAPDP a fim de preparar todas as estruturas necessários ao grande evento, o que é necessário para deixar uma marca, já que é a primeira vez que o Encontro Nacional do Sistema Plantio Direto acontece na região Nordeste do Brasil.

Inscrições e associação à FEBRAPDP

Para participar do 19º Encontro Nacional do Sistema Plantio Direto e ter acesso aos benefícios de associado, que incluem descontos nas inscrições, basta associar-se à FEBRAPDP (link também disponível no site de inscrição do evento). Dentre os benefícios de ser um associado estão: o certificado exclusivo de associado FEBRAPDP; acesso ao Portal de eventos, onde você confere a programação completa de todos os eventos da FEBRAPDP que foram realizados e gravados; participação gratuita em Web-Fóruns Amigos da Terra FEBRAPDP com direito a certificado, e descontos exclusivos em eventos organizados e apoiados pela FEBRAPDP.

O 19º Encontro Nacional do Sistema Plantio Direto é um realização da Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto – FEBRAPDP e de seus parceiros Associação dos Produtores de Sementes dos Estados do Matopiba – Aprosem, Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia – FAEB/SENAR/Sindicatos, Fundação Bahia, Governo do Estado da Bahia, Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras – SPRB, Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães – SPRLEM, Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB e Universidade do Estado da Bahia – UNEB.