Produto com tecnologia brasileira pode reverter dependência externa por adubos fosfatados

Da Redação FEBRAPDP

Produto com tecnologia brasileira pode reverter dependência externa por adubos fosfatados
Foto: Divulgação

Nesta quarta-feira, 29 de novembro, a partir das 19h, a Live ILPF vai apresentar os resultados de sucesso que uma parceria público-privada entre a Embrapa e a empresa Bioma vem oferecendo ao mercado brasileiro. Trata-se de um inoculante totalmente desenvolvido a partir de tecnologia nacional. O produto denominado BiomaPhos alia sustentabilidade e produtividade porque é biológico – produzido a partir de duas bactérias identificadas pela Embrapa, sendo uma no solo e a outra no milho – e capaz de aumentar a absorção de fósforo pelas plantas, o que pode mudar o quadro de alta dependência brasileira do mercado internacional de fertilizantes.

O objetivo da live BiomaPhos inoculante para apoio à adubação fosfatada, que será transmitida no Canal do Ronaldo Trecenti, no YouTube, é apresentar os avanços no desenvolvimento científico, tecnológico e prático da inoculação de gramíneas (milho e cana) e leguminosas (soja e feijão) com Inoculante à base de bactérias solubilizadoras de fosfato (Bacillus subtilis B2084 e B. megaterium B119), também conhecidos como Microrganismos Solubilizadores de Fosforo (MSP), que são fungos e/ou bactérias capazes de solubilizar ou mineralizar P, por meio de mecanismos biológicos variados, em processos que podem suprir parcialmente a demanda deste nutriente pelas plantas o uso do BiomaPhoso no milho tem proporcionado aumento médio da produção de grãos em cerca de 8,6%, equivalente a 11,9 sacas/hectare. Na soja, o aumento médio da produção de grãos é por volta de 6,3%, equivalente a 4,3 sacas/hectare. Em números, o custo da aplicação equivale a 1,7 saca/hectare de milho, no caso da soja, os ganhos equivalem, aproximadamente, a seis vezes o custo da aplicação, o que representa um custo médio de 0,7 saca/hectare.

Ronaldo Trecenti, engenheiro agrônomo, professor, consultor e moderador do evento, explica que o BiomaPhos rendeu R$ 105 milhões ao país em 2020 com o aumento de produtividade de soja e milho. “Tecnologia 100% nacional, a BiomaPhos aumentou a produtividade em cerca de 12 sacas por hectare em plantações de milho e de 5 sacas por hectare em plantações de soja. Uma de nossas convidadas da live de hoje é Christiane Paiva, pesquisadora da área de Microbiologia do Solo da Embrapa Milho e Sorgo de Sete Lagos, MG, responsável pela pesquisa que chegou ao produto comercial. Segundo ela, os ganhos de produtividade estão sendo comprovados também em outras culturas, como cana-de-açúcar, feijão, arroz, sorgo, braquiária e no café”, diz Trecenti.

Mais de 5,5 milhões de toneladas importadas

Em 2018, segundo dados da GlobalFert, um dos principais provedores de informações estratégicas do segmento, o Brasil importou 24,96 milhões de toneladas de fertilizantes NPK (nitrogênio, fósforo e potássio), volume 4% maior que em 2017. Somente os adubos fosfatados, segundo a consultoria, respondem por 23% desse montante, atingindo 5,69 milhões de toneladas importadas no período.

À Embrapa coube a parte de pesquisa, com a detecção das bactérias que apresentam aptidão para solubilizar ou tornar disponível o elemento fosfato. Esse mineral é indispensável para o crescimento e a produção vegetal, já que interfere nos processos de fotossíntese, respiração, armazenamento e transferência de energia. Concluída essa etapa, a empresa Bioma estabeleceu os índices de produção em larga escala e a formulação do produto, que permitiram melhor sobrevivência do inoculante na prateleira e nas condições de campo.

“As cepas das bactérias Bacillus subtilis (CNPMS B2084) e Bacillus megaterium (CNPMS B119) conseguem fazer com que maior quantidade de fósforo seja absorvida pelas raízes, recebendo em troca compostos fundamentais para o crescimento bacteriano, como fontes de carbono, em especial açúcares e ácidos orgânicos”, explica Christiane Paiva, pesquisadora da área de Microbiologia do Solo da Embrapa Milho e Sorgo, responsável pela pesquisa que culminou com o lançamento do produto comercial.

Destaques da Live ILPF 43:

  • Christiane Abreu de Oliveira Paiva é engenheira agrônoma Dra., pesquisadora na área de microbiologia e bioquímica do Solo da Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG, e professora do mestrado em Gestão da Inovação, no UniFEMM;

  • Renato Caetano é engenheiro agrônomo, diretor Técnico da IRRIGO e do Sindicato Rural de Cristalina, Consultor de cultivos de cereais e HF, sócio-proprietário da Completta Consultoria, Cristalina, GO;

  • Fabrício Leonardi de Lima é engenheiro agrônomo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), produtor rural com cultivo de soja e milho na Fazenda Santa Maria, Corbélia, PR.

Ao final, haverá abertura para perguntas, respostas e debates, com duração de 30 minutos. Para assistir, acesse este link: Live ILPF. O projeto Live ILPF é uma iniciativa do próprio Trecenti e conta com o apoio da FEBRAPDP. Não perca a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre agricultura sustentável com informações de qualidade e profissionais de alto nível.