EPAMIG integra projeto de agricultura regenerativa em fazendas de milho e soja de Goiás

Da Assessoria de Comunicação EPAMIG

EPAMIG integra projeto de agricultura regenerativa em fazendas de milho e soja de Goiás
Fungos utilizados como bioinsumos em áreas de cultivo - Foto: Marion Kompier

A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) é parceira do Projeto Regenera Cerrado, que envolve outras nove instituições de pesquisa e tem como objetivo validar cientificamente práticas da agricultura regenerativa e o uso de bioinsumos em grandes áreas produtivas de milho e soja, localizadas no entorno da cidade de Rio Verde, Goiás. Na semana passada, ocorreu um workshop técnico-científico para marcar o lançamento oficial do projeto, no auditório da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Rio Verde. A programação do evento incluiu palestras de pesquisadores e especialistas, painéis temáticos e apresentações de exemplos práticos de agricultura regenerativa e do uso de bioinsumos.

Os bioinsumos correspondem a uma categoria vasta de produtos, processos e tecnologias de origem vegetal, animal ou microbiana, que incluem, por exemplo, extratos naturais promotores de crescimento, fungos, nematoides, bactérias, vírus, insetos e ácaros, que são usados como agentes de controle de pragas e doenças.

Especialista no assunto, a pesquisadora da EPAMIG Madelaine Venzon é uma das mentoras do projeto e, atualmente, integra o grupo de trabalho em Controle Biológico. Segundo ela, o projeto nasceu a partir de uma demanda levada pelos próprios produtores ao Fórum do Futuro, do qual ela também faz parte. “Muitos produtores de milho e soja da região já faziam uso de bioinsumos, como biofertilizantes e alguns fungos, e estavam colhendo bons resultados, mas não tinham como quantificar esses dados cientificamente e, por isso, não podiam apresentá-los”, relata Madelaine Venzon, que completa: “Foi então que eles formaram uma parceria com o Fórum do Futuro, em busca de pesquisadores que pudessem auxiliá-los a validar a eficácia dos bioinsumos e comparar a sua ação com a de produtos químicos convencionais”.

Com financiamento da Cargill e coordenação do Instituto BioSistêmico (IBS), o projeto iniciou as pesquisas em 12 fazendas de milho e soja do sudoeste goiano ainda em 2022. Além do grupo de Controle Biológico, que integra o de Entomologia, o projeto se divide em grupos que trabalham Polinizadores, Patologias, Solos, Agricultura de Precisão, Economia, Comunicação e Difusão. Existe ainda uma equipe responsável por fazer um levantamento das práticas regenerativas utilizadas e cruzar os dados do campo com informações científicas. A previsão para conclusão do projeto é 2025.

Práticas sustentáveis chamaram a atenção de Alysson Paolinelli

Marion Kompier é produtora de milho e soja na Fazenda Brasilanda, localizada em Montividiu (GO), município vizinho de Rio Verde. Ela participa do Projeto Regenera Cerrado desde o seu início e relata que o uso de produtos convencionais estava inviabilizando a produção de agricultores da região. “Em 2018, percebemos que nossa rentabilidade estava caindo muito por conta dos químicos que utilizávamos. Decidimos, então, aplicar práticas regenerativas e usar bioinsumos, o que nos permitiu produzir alimentos mais saudáveis e com maior sustentabilidade”, lembra Marion.

Ela conta que a agricultura sustentável praticada por ela e outros produtores do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS) chamou a atenção do ex-ministro de Agricultura, e um dos fundadores do Fórum do Futuro, Alysson Paolinelli, que se empenhou para criar uma ponte entre os produtores e a pesquisa. “Ele nos disse que precisava divulgar o nosso trabalho para que outros produtores adotassem as mesmas práticas, mas que isso só seria possível após uma validação da pesquisa. Foi aí que surgiu a ideia do projeto Regenera Cerrado”, acrescenta Marion.

“Temos, hoje, mais de 60 pessoas envolvidas no projeto, dentre produtores, pesquisadores, técnicos de apoio, bolsistas de iniciação científica e de pós-doutorado. Fazemos coletas semanais e mensais nas fazendas e as amostras são enviadas para laboratórios do Instituto Federal Goiano, que é um ponto estratégico de apoio para o projeto”, explica Eliana Fontes, pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, e uma das coordenadoras gerais do projeto. Ela conduzirá a palestra de apresentação do Regenera Cerrado e dos resultados preliminares, durante a abertura do workshop.

Houve transmissão ao vivo do evento pelo canal do IBS no YouTube, por meio do seguinte link: https://www.youtube.com/watch?v=-OKcSjH04Dg.