Ponte verde como alternativa para períodos longos e secos

Da Redação FEBRAPDP

Ponte verde como alternativa para períodos longos e secos
Foto: Rodrigo Arroyo Garcia/Embrapa

A Estação 6 da Tarde de Campo, que acontecerá no durante o 19º Encontro Nacional do Sistema Plantio Direto, entre os dias 9 e 11 de julho, em Luís Eduardo Magalhães, BA, vai abordar o tema Ponte verde como alternativa de cobertura do solo e adoção do ILP. A apresentação da estação será conduzida pelos palestrantes Valmor dos Santos, que é engenheiro agrônomo, pesquisador, consultor e líder técnico do Desenvolvimento Sustentável do SPD no Oeste da Bahia, e Eduardo Manjabosco, CEO do Grupo Manjabosco, engenheiro agrônomo e produtor rural na Bahia e no Rio Grande do Sul.

Mas o que é exatamente a ponte verde? Santos explica que se trata da prática deixar as plantas de cobertura ou de serviço adequadas para a região o maior tempo possível no campo, inclusive, durante a entressafra. O objetivo, segundo ele, é sequestrar carbono por mais tempo, bem como combater as plantas invasoras (controle integrado do mato), para melhorar o Sistema Plantio Direto e/ou aproveitar estas coberturas verdes, para engordar o boi a pasto na ILP.

“Durante o 19º ENPDP, vamos mostrar, do ponto de vista teórico e prático, o que já vem efetivamente sendo feito por nossos agricultores, bem como compartilhar destes resultados preliminares promissores e, por fim, dizer que já existem avanços, mas há ainda um longo caminho a ser percorrido, por todos os elos da cadeia produtiva”, afirma.

Confira abaixo a entrevista concedida por Eduardo Manjabosco sobre o que será apresentado na Estação 6 da Tarde de Campo.

 

Sobre a palestrante:
Eduardo A. Manjabosco

  • Engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, em 1999
  • CEO do Grupo Manjabosco, trabalhando com Agricultura e Pecuária no Oeste da Bahia e Rio Grande do Sul

 

Ponte verde como alternativa de cobertura do solo e adoção do ILP é o tema da Estação 6, da qual o senhor participará. O que será apresentado e como esse assunto, sob o ponto de vista prático, é importante para o produtor no momento atual?

Eduardo Manjabosco: Nós no Oeste da Bahia temos uma estação seca bem definida. É longa, em torno de seis meses, e quente, o que configura uma dificuldade para aumentarmos o teor de matéria orgânica no solo em função do período seco e longo. Então, a ideia da ponte verde é ficar o máximo do tempo possível com a cobertura do solo com uma planta viva, para que ela não esteja em decomposição. Desta forma, com a ponte verde, a planta vai estar a maior parte do tempo produzindo raízes em busca de água, permitindo que façamos a dessecação da planta o mais perto possível do próximo plantio. Imaginamos que essa é uma saída para conseguirmos aumentar os nossos teores de matéria orgânica e ainda aumentar a produção de raízes, favorecendo uma descompactação do solo, e isso vai acarretar maior produtividade da nossa cultura comercial que vem no plantio em sequência.

 

Para além das informações técnicas, o que particularmente o senhor espera levar ao público que passará pela estação em termos de ação e/ou reflexões acerca da percepção do sistema produtivo e da questão de sua efetiva sustentabilidade?

Eduardo Manjabosco: A gente quer passar uma percepção de que, com a produção de palhada de plantas de cobertura, é possível fazer uma boa quantidade de matéria seca no período da estação seca, com solos em níveis leves de compactação, que não comprometam a produtividade da soja e do milho. É importante ter bastante plantas de cobertura, precisa ter parte aérea, precisa ter raízes. Essa é uma ideia muito bem-vinda em nossa região porque a ideia mais comum é que sempre se precisa descompactar, passar subsolador porque a terra está compactada. Tal percepção faz com que o pessoal deixe a produção de palhada meio em segundo plano. Então, com essa ideia do consórcio da soja com braquiária, temos uma cultura implantada no momento da colheita da soja, ela rebrota rápido e forma uma boa quantidade de matéria seca mesmo em anos que chova menos no outono.

SPD é imprescindível

De acordo com a presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães, Greice Kelle Fontana Klein, "quando se fala em sustentabilidade, um dos primeiros pilares que pensamos é no plantio direto. O Sistema do Plantio Direto ajuda na fertilidade do solo e também na questão das rotatividades de culturas. A região Oeste da Bahia sempre presa por uma agricultura sustentável, então é imprescindível a utilização e a aplicação e do Sistema de Plantio Direto na nossa região".

Ela pressegue: "O 19º Encontro Nacional do Sistema de Plantio Direto, que acontecerá de 9 a 11 de julho, aqui na nossa cidade de Luís Eduardo Magalhães, vem trazer aos produtores mais tecnologias, mais práticas que estão sendo desenvolvidas, mais conhecimentos, informações para que a gente realmente possa desenvolver o plantio direto de forma mais adequada. Vale destacar que informação é sempre importante, e aqui reforçamos o convite a todos os produtores rurais da região para que participe do encontro nacional do plantio direto”. 

Inscrições e associação à FEBRAPDP

Para participar do 19º Encontro Nacional do Sistema Plantio Direto e ter acesso aos benefícios de associado, que incluem descontos nas inscrições, basta associar-se à FEBRAPDP (link também disponível no site de inscrição do evento). Dentre os benefícios de ser um associado estão: o certificado exclusivo de associado FEBRAPDP; acesso ao Portal de eventos, onde você confere a programação completa de todos os eventos da FEBRAPDP que foram realizados e gravados; participação gratuita em Web-Fóruns Amigos da Terra FEBRAPDP com direito a certificado, e descontos exclusivos em eventos organizados e apoiados pela FEBRAPDP.

A realização do 19º ENPDP é da FEBRAPDP, que conta com a parceria da própria ABAPA, da Associação dos Criadores Gado Oeste da Bahia – Acrioeste, Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia – AIBA, da Associação dos Produtores de Sementes dos Estados do Matopiba – Aprosem, da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia – FAEB/SENAR/Sindicatos, da Fundação Bahia, do Governo do Estado da Bahia, do Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras – SPRB, do Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães – SPRLEM, da Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB e da Universidade do Estado da Bahia – UNEB.