Programa Soja Baixo Carbono irá valorizar soja produzida com tecnologias sustentáveis

Por Lebna Landgraf, Embrapa Soja

Programa Soja Baixo Carbono irá valorizar soja produzida com tecnologias sustentáveis

A Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) promoveu, no dia 10 de setembro, e com o apoio da Embrapa, do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV) e National Wildlife Federation (NWF), o Workshop de Jornalistas 2021 – Pós Congresso Brasileiro do Agronegócio, para debater temas relevantes para o setor como a Sojicultura e a Descarbonização. Esta temática foi apresentada pelo chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Lima Nepomuceno. Além disso, o diretor-presidente INPEV, João Cesar M. Rando abordou o Programa ESG do Instituto e o executivo da NWF Francisco Beduschi Neto ministrou palestra sobre Pecuária: Produtividade, Sustentabilidade e Comunicação.

 O Programa Soja Baixo Carbono (SBC), iniciativa coordenada pela Embrapa Soja, está congregando diversos atores da cadeia produtiva para definir as etapas de construção da iniciativa, que teve início em abril e será concluída em 2023. “O objetivo é que o Programa SBC ateste a sustentabilidade da produção de soja brasileira, tornando tangíveis aspectos qualitativos e quantitativos do grão, produzido com tecnologias e práticas agrícolas que reduzam a intensidade de emissão de gases de efeito estufa (GEEs)”, enfatiza o chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno.

 O Programa SBC permitirá a identificação da soja produzida sob um conjunto de práticas culturais e de tecnologias, que tornem o processo mais eficiente - por unidade de carbono equivalente (C-CO2) emitida - em relação ao que existe disponível no mercado global. “É importante ressaltar que a SBC buscará fomentar a redução das emissões de GEEs sem deixar em segundo plano o aumento de produtividade, necessário para atender à crescente demanda mundial pelo grão”, ressalta.

 De acordo com Nepomuceno, o conceito está sendo pautado na mensuração dos benefícios e na certificação das práticas de produção que comprovadamente tenham baixa emissão de GEEs. O Programa SBC utilizará uma metodologia brasileira, baseada em protocolos científicos validados internacionalmente, a partir de critérios objetivamente mensuráveis, reportáveis e verificáveis. A certificação da soja brasileira será voluntária, privada e de empresas especializadas (certificação de 3ª parte).

 A definição dos princípios, diretrizes, critérios, práticas agrícolas e indicadores a serem seguidos para produção da SBC será conduzida, sob a coordenação de um comitê gestor, e seguirá padrões internacionais de preparação de normas. “A construção metodológica do Programa SBC está envolvendo o levantamento, análise e compilação de dados científicos disponíveis na literatura, com a posterior discussão e validação públicas”, comenta Nepomuceno.