Reviver o nosso solo: uma questão essencial

Da Redação FEBRAPDP

Reviver o nosso solo: uma questão essencial
Foto: Gilson Abreu/AEN - Fonte: Agência Câmara de Notícias

A agricultura regenerativa é parte indissociável de um futuro que transcende a própria atividade agrícola no cenário mundial. Atua na revitalização do solo em sua biologia a partir de uma compreensão mais ampla e regionalizada de sua química e física. Exatamente para gerar novas perspectivas e ressignificação do olhar produtivo, a Estação 5 da Tarde de Campo, que acontecerá no durante o 19º Encontro Nacional do Sistema Plantio Direto, entre os dias 9 e 11 de julho, em Luís Eduardo Magalhães, BA, vai mostrar aos visitantes a importância do uso dos bioinsumos e remineralizadores para a redução de custos de produção. O tema Bioinsumos e Remineralizadores - Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), será apresentado por Fernando Dini Andreote, professor titular e coordenador do Programa de Pós-graduação em Microbiologia do Solo da ESALQ/USP e Rogério Vian, primeiro diretor institucional e um dos fundadores do GAAS. Confira a seguir a entrevista que Vian nos concedeu.

 

Sobre a palestrante:
Rogério Vian

Primeiro diretor institucional e um dos fundadores do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS). É técnico agrícola, engenheiro agrônomo e agricultor em Mineiros, GO. Participa de diversas entidades de representação classista. É diretor regional da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja, GO), além de ser membro da Aprosoja Brasil, do Instituto Goiano de Agricultura (IGA) e da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa).

 

Bioinsumos e Remineralizadores Grupo de Agricultura Sustentável (GAAS) é o tema da Estação 5, da qual o senhor participará. O que será apresentado e como esse assunto, sob o ponto de vista prático, é importante para o produtor no momento atual?

Rogério Vian: Esse tema é importante, hoje, na agricultura regenerativa porque aborda ferramentas que são essenciais para se fazer um modelo de agricultura mais sustentável, com menor uso de defensivos e adubos importados, que são caros. Atualmente, o Brasil importa praticamente 85% de todo o adubo que é utilizado na agricultura, como o NPK. Então, os remineralizadores têm um papel importantíssimo nisso, além de serem regionais. O uso dos remineralizadores permite a substituição de boa parte do NPK, principalmente, do fósforo e do potássio. O fato de estarem regionalmente distribuídos permite ainda que se possa baixar bastante o custo de produção. Além disso, de maneira geral, com o uso de bioinsumos nas várias aplicações biológicas na lavoura, o produtor consegue reduzir significativamente o uso de defensivos químicos e, por conseguinte, também os custos de produção. Vamos abordar isso de um modo bem prático durante a apresentação.

 

Para além das informações técnicas, o que particularmente o senhor espera levar ao público que passará pela estação em termos de ação e/ou reflexões acerca da percepção do sistema produtivo e da questão de sua efetiva sustentabilidade?

Rogério Vian: Além das informações técnicas, a gente também quer levar para o produtor a questão da adoção de um olhar mais sistêmico, mais global da agricultura e não só da safra. Precisa-se estruturar o solo, estruturar o ambiente para que ele seja mais responsivo, mais resiliente às mudanças climáticas. E, para isso, nada melhor que reduzir a carga de químicos, reduzir a carga de agroquímicos de maneira geral e de sais, no caso de fósforo e potássio, para que o solo seja mais rico biologicamente, possa fornecer muito dos nutrientes e muitos dos insumos que a própria planta pode absorver do solo. É o principal aspecto que a gente quer que o público entenda. Trata-se de uma questão essencial que é reviver o nosso solo, revitalizar o nosso solo, porque nós estamos num ambiente tropical, de base tropical biológica. Hoje, praticamos agricultura tropical de base biológica e não mais química. Por isso, nossa Estação buscará chamar bastante atenção para a diversidade que a gente precisa ter no solo, tanto de raízes, de plantas, de microrganismos e de produtos não solúveis, de insumos não solúveis para que a planta possa, ela mesma, buscar no solo o que ela precisa e não só aquilo que a gente fornece artificialmente. Vamos enfatizar bastante, não só o custo, não só essa questão de redução de custo, a gente também não vai abordar altas produtividades, mas falaremos, sim, de um sistema mais resiliente, de baixo custo, não com produtividades tão altas, mas com a rentabilidade maior.

Microbiologia do solo

O professor Fernando Andreote explica que também abordará a temática relacionada aos bioinsumos, apresentando a base funcional destes produtos, e relacionando o desenvolvimento deste mercado com a eficiência da agricultura. "É importante o agricultur estar atento a este movimento, e ser capaz de incorporar em seu manejo um olhar da microbiologia do solo. Meu intuito é proporcionar uma visão holística do processo da agricultura, e dar base a uma certeza na adocao de ferramentas biológicas, com seu potencial na promocao de uma agricultura mais sustentável", explica ele.

 

Convite abrange todo o Matopiba

Para Ivanir Maia, diretor executivo da Associação dos Produtores de Sementes dos Estados do Matopiba - Aprosem, praticar uma agricultura conservacionista baseada no Sistema Plantio Direto, passou a ser obrigatório num ambiente como o da região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Proteger o solo com palhada para elevar a absorção de água e reduzir a temperatura, é o item primordial.

Para uma eficiente formação da palhada, o uso de sementes com qualidade e origem confiável, é fundamental para a precisão na implantação. Diversificação de espécies e épocas de semeadura, complementam o planejamento desta receita de sucesso.

"Por isso, a Aprosem, convoca os agricultores a participarem do mais importante debate sobre o tema neste ano", convida Maia.

 

Inscrições e associação à FEBRAPDP

Para participar do 19º Encontro Nacional do Sistema Plantio Direto e ter acesso aos benefícios de associado, que incluem descontos nas inscrições, basta associar-se à FEBRAPDP (link também disponível no site de inscrição do evento). Dentre os benefícios de ser um associado estão: o certificado exclusivo de associado FEBRAPDP; acesso ao Portal de eventos, onde você confere a programação completa de todos os eventos da FEBRAPDP que foram realizados e gravados; participação gratuita em Web-Fóruns Amigos da Terra FEBRAPDP com direito a certificado, e descontos exclusivos em eventos organizados e apoiados pela FEBRAPDP.

A realização do 19º ENPDP é da FEBRAPDP, que conta com a parceria da própria ABAPA, da Associação dos Criadores Gado Oeste da Bahia – Acrioeste, Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia – AIBA, da Associação dos Produtores de Sementes dos Estados do Matopiba – Aprosem, da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia – FAEB/SENAR/Sindicatos, da Fundação Bahia, do Governo do Estado da Bahia, do Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras – SPRB, do Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães – SPRLEM, da Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB e da Universidade do Estado da Bahia – UNEB.