Um resgate histórico
Da Redação FEBRAPDP, com informações do repórter Ilivaldo Duarte, da assessoria de comunicação da Coamo Agroindustrial Cooperativa
Todos que lidam com o Sistema Plantio Direto e que, minimamente, conhecem sua história ao longo dos últimos 51 anos no Brasil são capazes de citar de pronto o nome dos três pioneiros do sistema: Herbert Bartz, Nonô Pereira e Franke Dijkstra. O que, no entanto, não se tornou tão conhecido do grande público é o fato de que, naquela mesma época, cinco outros produtores da região de Campo Mourão, no centro-oeste do Paraná, também participaram do processo e contribuíram consistentemente para a estruturação inicial do sistema. São, portanto, considerados pioneiros do SPD no país: Joaquim Peres Montans, Antônio Álvaro Massareto, Ricardo Accioly Calderari, Gabriel Borsato e Henrique Salonski, os dois últimos já falecidos.
Na semana passada, durante a Feira de Agronegócio, Tecnologia e Inovação (FATI), realizada em Campo Mourão, essa memorável história começou a ser finalmente resgata. A Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto - FEBRAPDP homenageou Montans, Massareto e Calderari, que ainda atuam à frente de suas propriedades no município, bem como os filhos de Gabriel Borsato e Henrique Salonski, entregando-lhes a placa e a medalha de honra Herbert Bartz, como reconhecimento pelos serviços prestados ao Sistema Plantio Direto no Brasil.
Será que vai dar certo?
Para o pioneiro Antônio Massareto, é motivo de muita alegria receber o reconhecimento que vem através da homenagem. E tudo fica ainda mais especial, segundo ele, ao lembrar de como as coisas aconteceram naquela época; de quando o grupo levava os agrônomos de Campo Mourão para Rolândia, a fim de visitar a propriedade onde Bartz conduzia os primeiros trabalhos com Sistema Plantio Direto. “Aprendíamos muito com ele”.
O produtor conta ainda que, à época não tinham a menor ideia da revolução para a agricultura que estava em curso. “Não existiam equipamentos adequados, muita coisa dava errado e batia a vontade de desistir. A gente falava: ‘será que vai dar certo?’. De tanta persistência, um dia deu”, relembra.
Já para Calderari, receber essa honraria foi sensacional, muito emocionante. “Foi até difícil falar lá na frente, eu deveria ter escrito algo! São 51 anos de uma história que, quando iniciamos, nem sabíamos se iria dar certo. Acabou dando e se tornando a maior revolução agrícola em toda a história”, festeja.
De acordo com Carlos Augusto Salonsky, filho de Henrique Salonsky, é uma emoção grande lembrar do patriarca da família e da relevância do trabalho feito por ele. “Hoje o plantio na palha é a base de todo o plantio na região. Não se faz mais nada na região sem a técnica do Plantio Direto”.
Representantes da FEBRAPDP participaram da homenagem. Entre eles, Jônadan Ma, presidente da instituição; a diretora Marie Bartz, filha de Herbert Bartz; o conselheiro Rafael Fuentes; gerente administrativo e de projetos Jeankleber Bortoluzzi, e o vice-presidente da FEBRAPDP pelo estado do Paraná, Daniel Rosenthal.
Reparação
Também emocionado com o evento, Ma explicou que a ideia inicial era fazer essa homenagem em âmbito nacional e até internacional, durante o 19º Encontro Nacional do Sistema Plantio Direto, que acontece entre os dias 9 e 11 de julho, em Luís Eduardo Magalhães, BA. “No entanto, devido às circunstâncias de mobilidade dos homenageados, optamos por fazer a cerimônia em Campo Mourão, onde pudemos colocar os cinco homenageados juntos, resgatando essa história maravilhosa e fantástica, que, aliás, reconheço que pecamos por não termos divulgado devidamente. Mas esse foi a oportunidade para reparar isso e, a partir de agora, a partir dessa data, a história dos pioneiros de Campo Mourão, vai entrar nos anais da história, não só do Sistema Plantio Direto no Brasil, como da própria história da agricultura brasileira. A homenagem resgata essa história, mostrando a força e a pujança desse trabalho, que continua vivo através das gerações subsequentes”, destaca o presidente da FEBRAPDP.