17° Fórum Tecnológico do Leite de Teutônia debate relação entre manejo de solo e aumento da produtividade de silagem de milho

Tiago Bald, Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Lajeado

17° Fórum Tecnológico do Leite de Teutônia debate relação entre manejo de solo e aumento da produtividade de silagem de milho
Foto: Divulgação

Debater a relação entre o manejo do solo e o aumento da produtividade de silagem de milho. Este foi o objetivo central do 17º Fórum Tecnológico do Leite de Teutônia, evento realizado na última quinta-feira, 21, com transmissão pelo canal do Colégio Teutônia no Youtube. Até o momento, cerca de 900 pessoas já visualizaram o conteúdo, que contou com duas palestras, ministradas pelo engenheiro agrônomo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Michael Mazurana e pela engenheira agrônoma e produtora de leite de Roca Sales, Letícia Conzatti Piccinini.

Assista ao 17º Fórum Tecnológico do Leite de Teutônia aqui

Com mediação do extensionista da Emater/RS-Ascar Michael Serpa, os painelistas promoveram discussão visando à promoção de manejos mais conservacionistas, o que envolve desde a importância de uma boa análise de solo, passando pela interação sinérgica entre os maquinários agrícolas e os cultivos, até chegar à importância da rotação de culturas e de manutenção da palhada, como alguns dos pilares para que haja uma boa resposta no cultivo de grãos e de silagem. "O que, ao cabo, reduziria os problemas de ordem física do solo, evitando a compactação e a consequente queda de produtividade", avalia Mazurana.

Em sua manifestação, o docente explicou que a adoção do maquinário em si, seja ele o escarificador ou a grade niveladora, não seria o ponto fundamental para a resolução de problemas do solo. "Não são esses equipamentos que sozinhos vão descompactar, já que elas, em muitos casos, não conseguem criar poros no solo, somente fissuras", observa o professor, salientando a importância do uso do maquinário, aliado à utilização de plantas de cobertura. "Importante destacar também que um uso inadequado dessas ferramentas pode, inclusive, acelerar o processo de degradação ou de erosão do solo".

Mazurano também lembrou a importância da regulagem dos equipamentos em cada processo, até mesmo para que a construção de um ambiente positivo para que as plantas entreguem o máximo do seu potencial produtivo, com redução de uso de insumos e, consequentemente, economia. De forma complementar, a apresentação de Letícia funcionou como um case que foi ao encontro das explicações do agrônomo. Com 37 hectares de área plantada, destinada basicamente para a alimentação das 70 vacas em lactação, mais 80 em fase de recria, a agricultora relatou sua experiência com o manejo adequado do solo e rotação de culturas.

"A análise feita ainda em 2018 permitiu perceber que possuíamos um solo rico em potássio, fósforo e megnésio, mostrando que poderia haver uma boa resposta para a adubação nitrogenada", explica a bovinocultora de leite. "Assim, conseguimos fornecer ao solo o que ele realmente precisava, com bons retornos, financeiro e de produtividade", completa. Além desta medida, a rotação de culturas, algo que não ocorria há 20 anos na propriedade, foi o caminho encontrado para ume melhor ciclagem dos nutrientes, com alternância entre aveia com ervilhaca e nabo para consolidação da palhada.

"Já que temos a obrigação de produzir milho para silagem o ano todo para a alimentação do rebanho, o uso das plantas de cobertura permitiu manter o solo produtivo com o milho no verão, produzindo 89 toneladas por hectare", frisou. Como a família também é produtora de suínos consegue utilizar os próprios dejetos para encontrar o equilíbrio. "É um conjunto de ações que permitem boa resposta, diferentemente da escarificação pela escarificação que, em si, não representou ganhos em produtividade", explicou, avalizando o que foi dito anteriormente por Mazurano.

Durante a atividade, o público também pôde esclarecer suas dúvidas sobre os assuntos discutidos, bem como ouvir as palavras dos representantes das entidades promotoras, caso da presidente da Emater/RS, Mara Saalfeld, do diretor do Colégio Teutônia, Mauro Nüske, e do prefeito de Teutônia, Celso Forneck. Em sua fala, Mara valorizou o Fórum por apresentar temáticas relevantes para os agricultores. A apresentação geral foi feita pela coordenadora do Curso Técnico em Agropecuária do Cololégio Teutônia, Cristiana Terra, com o apoio do coordenador do Centro de Treinamento de Agricultores de Teutônia (Certa), Maicon Berwanger.

O 17º Fórum Tecnológico do Leite foi uma realização do Colégio Teutônia, Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) do Governo do Estado, com o apoio da Prefeitura e da Ufrgs. A programação presencial, que estava marcada inicialmente para o dia 28 de setembro, foi cancelada em decorrência das enchentes que assolaram o Vale do Taquari nas últimas semanas. O patrocínio ouro foi de Nutron, Milkparts, Clube do Produtor Lactalis, Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), Launer Química, Maná, Sicredi, Santa Clara e Top Leite. O patrocínio prata foi de Gestor RP, Ordemax, Machado Agropecuária, Cooperagri, Nutrepampa e Tangará.