Cascavel sedia 2º Congresso de Agricultura de Baixo Carbono

IDR-Paraná

Cascavel sedia 2º Congresso de Agricultura de Baixo Carbono
Imagem: Divulgação IDR-Paraná

Foi lançado no início do mês, o 2º Congresso Paranaense de Agricultura de Baixo Carbono vai acontecer entre os dias 27 e 29 de agosto de 2024, na mesma área do Show Rural Copavel, e é uma promoção da Associação Regional dos Engenheiros Agrônomos de Cascavel (Areac), da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná (FEAPR) e da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

O evento marca a mobilização de profissionais, entidades do setor e poder público no incentivo e disseminação de práticas ambientalmente sustentáveis no campo. “Os tempos foram evoluindo e construímos hoje um modelo de agricultura mais resolutiva, mais eficiente para enfrentar os desafios”, disse o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

Ele citou o Plano Estadual para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (Plano ABC+ Paraná), contribuição do Paraná ao plano do Governo Federal, que estabelece desafios a serem vencidos até 2030. “São 10 práticas altamente recomendadas para a continuidade do sucesso da nossa agricultura. Como é compromisso, precisamos colocar esforço técnico para cumprir nossa obrigação, já que temos uma das melhores agriculturas do Brasil, e também porque é bom para o negócio”, completou o secretário.

Para Ortigara, há uma tendência de que a agricultura se volte ao natural, ao biológico. “O que nos trouxe até aqui não é o que vai garantir nosso salto. A combinação eficiente de várias coisas é que pode potencializar ainda mais o nosso desempenho, a qualidade da produção. Nós, como estado, somos associados a essas ideias, com nosso time de assistência técnica, pesquisa, para fazer um belo evento que discuta essa temática”.

A parceria para aplicar essas ferramentas envolve poder público, empresas, produtores e engenheiros agrônomos, segundo o presidente da Associação Regional dos Engenheiros Agrônomos de Cascavel (Areac), Fernando Pereira. “A baixa emissão de carbono na agricultura é o tema do momento. A ideia é unir forças com nossos grandes parceiros, para que possamos trazer os principais conhecedores do assunto. Temos inúmeras possibilidades nessa cadeia e pesquisas sobre captura de carbono na agricultura”.

Desafios
O Plano ABC+ Paraná foi elaborado com a participação de várias entidades públicas e privadas. Os desafios propostos até 2030 levam em conta o histórico da produção agrícola e silvícola do Estado e a situação atual de cada atividade, além do potencial de contribuição em relação à mitigação de gases de efeito estufa.“Foi um plano construído a várias mãos, com entidades, universidades, iniciativa privada, mais de 23 instituições envolvidas e outras querendo participar. Juntos, conseguiremos capitalizar essas ações para descarbonização de algumas cadeias no Paraná”, disse o coordenador do Grupo Gestor Estadual de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono ABC+ e diretor do Departamento de Florestas Plantadas (Deflop) da Seab, Breno Menezes de Campos. 

O Estado está se propondo a recuperar 350 mil hectares de pastagens degradadas, qualificar o uso de Sistema de Plantio Direto de Grãos em 400 mil hectares e ampliar em quatro mil hectares o uso do Sistema de Plantio Direto de Hortaliças. A tecnologia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta também deve ser estendida para mais 500 mil hectares.

Em Sistemas Agroflorestais, a ampliação será em 30 mil hectares, enquanto as florestas plantadas deverão ocupar mais 220 mil hectares. O Plano também privilegia o uso de bioinsumos em 430 mil hectares e de sistemas de irrigação em 48 mil hectares, além da ampliação em 78,9 milhões de metros cúbicos do Manejo de Resíduos de Produção Animal. O Estado assume ainda o compromisso de aumentar em 60 mil cabeças o número de bovinos terminados de forma intensiva e aproveitar 78,9 milhões de metros cúbicos de dejetos animais para a produção de biogás/biometano.

O documento também orienta pelo fortalecimento de programas estaduais que já estão em andamento, como o RenovaPR (transformação energética do campo), Paraná Mais Verde (plantio de novas mudas), Prosolo Paraná (mitigação dos processos erosivos do solo e da degradação dos cursos d’água) e a Rede Paranaense de Agropesquisa e Formação Aplicada, que tem como meta a expansão da pesquisa e a integração da academia aos novos processos produtivos sustentáveis.

Cartilha
No mesmo evento, a Seab lançou uma cartilha explicativa sobre o Plano ABC+. O material está disponível no SITE DA SEAB e resume as metas do Plano, os programas do Sistema Estadual de Agricultura que ajudam a atender essas metas e as orientações para que os produtores possam aplicá-las em sua propriedade. A versão impressa também será distribuída em eventos do setor e em todas as regionais da Seab nos próximos meses.

Presenças
Também participaram do evento a diretora de Pesquisa do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar- Emater (IDR-Paraná), Vânia Cirino; o diretor de Integração Institucional do IDR-Paraná, Rafael Fuentes; o gerente regional do IDR-Paraná, José Lindomir Pezenti; a chefe do núcleo regional da Seab em Irati, Adriana Baumel; além de servidores do Sistema Estadual de Agricultura.