Vida no solo e rentabilidade são destaques no 18º ENPDP

Da Redação FEBRAPDP

Vida no solo e rentabilidade são destaques no 18º ENPDP
Foto: Acervo Embrapa

A Vida no Solo e as Relações com a Produção Agrícola”. Este é o tema da segunda palestra técnica do 18º Encontro Nacional do Plantio Direto na Palha, que acontece entre os dias 5 e 8 de julho, em Foz do Iguaçu, PR, e abre os trabalhos diretamente relacionados à parte da biologia do solo. Um assunto atual e que goza de aderência crescente entre os produtores rurais brasileiros, cujo interesse no elemento biológico vem ganhando força e relevância nas decisões do manejo da lavoura.

Para destrinchar a questão, a pesquisadora Mariangela Hungria, de Embrapa Soja; o pesquisador e professor George Brown, da Embrapa Florestas e Universidade Federal do Paraná. Juntos eles abordarão os aspectos técnicos do tema e sua relação com a capacidade de melhorar a produção e a sustentabilidade agrícola, atuando diretamente para potencializar os investimentos realizados. A palestra conta ainda com a participação do produtor rural Laércio Dalla Vecchia, campeão CESB 2019/2020, de Mangueirinha, PR, e do também produtor e engenheiro agrônomo José Eduardo de Macedo Soares Junior, mais conhecido como Zecão, do município de Lucas do Rio Verde, MT. Referências em termos de produtividade no Brasil, eles trarão suas experiências práticas da lida diária no campo, bem como detalhes do que fazem e como fazem.

Programação e Inscrições

Para saber mais detalhes do 18º Encontro Nacional do Plantio Direto na Palha e do 1º Encontro Mundial do Sistema Plantio Direto e também garantir sua participação, visite o site https://plantiodireto.org.br/18enpdp/. Os eventos acontecem entre os dia 5 e 8 de julho de 2022, em Foz do Iguaçu, PR.

Parâmetros de qualidade

De acordo com a pesquisadora Embrapa Soja, se ela tivesse que fazer esta palestra há 20 anos, estaria ainda tentando convencer o agricultor de que a vida não solo é importante, inclusive, para ele aumentar a produtividade. Mas, como ela faz questão de ressaltar, muita coisa ocorreu nesses 20 anos... “Então em julho eu vou apresentar um outro tipo de palestra. A abordagem agora visa mostrar como o produtor pode avaliar essa qualidade do solo, e, para isso, já dispõe de programas, tabelas sobre o assunto. Vou tratar também principalmente de como, com essa nova visão da vida no solo, é possível viabilizar total ou parcialmente a substituição dos agroquímicos, como os fertilizantes e os defensivos agrícolas. Um tema bastante atual, ainda mais agora, em tempos de guerra, com limitações na obtenção desses insumos”.

Ainda segundo ela, chegamos a uma fase onde a abordagem sobre o solo em Sistema Plantio Direto não gravita mais em torno das explicações elementares sobre a importância dos microrganismos ou biomassa microbiana, por exemplo. Houve um aprofundamento e agora, o olhar volta-se para a qualidade do SPD. Neste contexto, passa-se a notar essa mesma atividade microbiana como fonte de parâmetros e índices que servem como importantes balizadores para a tomada de decisões que vão viabilizar estratégias produtivas capazes de assegurar maior sustentabilidade ao sistema produtivo e benefícios mais proveitosos para o produtor rural.

Filão biológico

Já o pesquisador e professor George Brown, terá em sua participação uma abordagem focada principalmente nos animais invertebrados do solo, que têm um papel muito importante no controle de pragas, na decomposição e mineralização de nutrientes, e também para estruturação do solo, formando então um solo de melhor qualidade para a produção agrícola e a produção vegetal em geral.

Brown dará um destaque especial à necessidade que os produtores têm de manter uma alta produtividade e de melhorar o manejo e o aproveitamento dos insumos das culturas. Segundo ele, a ideia é falar sobre o melhor retorno em relação ao investimento em atividades corriqueiras, como preparo e manejo das culturas. “É importante que eles consigam receber mais pelo esforço que ele já fazem na atividade de produção. Nesse sentido, os organismos do solo são muito sensíveis às práticas do manejo e conseguem ser bons bioindicadores”.

“A atividade biológica é capaz de refletir o melhor aproveitamento e a eficiência das práticas de manejo que estão sendo adotadas. Muitas vezes, os insumos químicos são caros, enquanto os insumos biológicos, que estão disponíveis de forma praticamente gratuita, ainda têm sido pouco aproveitados. Isso representa um potencial filão de recursos genéticos e recursos biológicos naturais brasileiros a ser utilizado pelo agricultor com o objetivo de melhorar a produção e a sustentabilidade agrícola. Por ser este um assunto com muito potencial e ainda não tão bem conhecido nem explorado, tem gerado bastante interesse e curiosidade nos agricultores em geral no Brasil”, destaca ele.